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Análise – Altheia: The Wrath of Aferi

Lucas Moura por Lucas Moura
11 de setembro de 2025
em Análises
0

Eu evito ser crítico demais quando cubro um projeto independente. Sei muito bem das dificuldades enfrentadas por desenvolvedores quando miram em um projeto relativamente ambicioso. “Altheia: The Wrath of Aferi” (Steam) da MarsLit Games é, sem dúvidas, um que a dupla italiana mirou alto.

Sem esconder a forte inspiração da franquia “The Legend of Zelda” e outros adventures em terceira pessoa, “Altheia” é um daqueles games que já me deixou boquiaberto de cara com os seus visuais. Da primeira cena de abertura até o momento em que você toma o controle de um dos protagonistas, Lili, ele já estabelece uma forte identidade com paisagens no estilo “aquarela”, uma iluminação suave e um forte delineado para as sombras dos personagens.

Mas não para por aí, a base de “Altheia: The Wrath of Aferi” é o conflito de um mundo parcialmente devastado por divindades fragmentadas. Deuses e humanos lutam entre si – e a narrativa de “poucas palavras” rapidamente estabelece a ira de Aferi, capaz de destruir nações e a própria realidade.

No meio deste conflito está a guardiã Lili e o monge-em-treinamento Sadi. Uma dupla que não se dá muito bem de começo, mas que à medida em que se conhecem, e criam laços por terem perdidos entes queridos pela ira de Aferi, começam a compreender melhor um pouco a dor um do outro. Afinal, eles têm um longo caminho pela frente e um objetivo maior ainda: estabelecer uma aliança entre os guardiões e os monges para finalmente dar um fim na devastação de Aferi.

Embora possa soar como uma narrativa “batida” ou até mesmo previsível, a MarsLit Games me pegou de surpresa com a incrível quantidade de situações escritas de forma madura e temas como traição, lealdade e sacrifício recebem a devida atenção que merecem. A MarsLit Games estabelece muito bem que o passado de Lili e Sadi vai além de uma mera luta do bem contra o mal, mas que há múltiplas camadas de ganância e medo. Que nada é “preto no branco”.

Altheia
Uma coisa não posso negar: a estética e as cinemáticas do jogo são fantásticas.

A maioria dos jogos que buscam inspiração em “The Legend of Zelda” trilham um caminho narrativo muito próximo a famosa franquia da Nintendo, e ver uma desenvolvedora sair dessa bolha – mesmo que a Aferi tenha traços fortes de outros vilões “tradicionais” do mundo dos games.

Eu especialmente gosto que muitas das missões secundárias não são um tapa buraco, mas uma visão da sociedade e das crenças do mundo. Personagens secundários frequentemente aparecem em histórias mais importantes, e as decisões que as pessoas tomam nessas situações têm efeitos menores, mas significativos.

No que tange a jogabilidade em si, “Altheia: The Wrath of Aferi” vai para o lado mais convencional dos jogos de aventura e exploração. O foco é saber quando utilizar os ataques convencionais de Lili, como uma espada ou arco-e-flecha, ou as magias de Sadi para distrair os inimigos com ilusões e eliminá-los com bomba.

Mais uma vez, a MarsLit Games se sobressai ao entrelaçar essas mecânicas com um sistema mais elaborado de puzzles que também funciona para explorar os conflitos interpessoais dos dois protagonistas. Na mesma moeda, completar puzzles opcionais ou as missões secundárias citadas anteriormente, é igualmente recompensador pela dinâmica da dupla.

Se a MarsLit Games tivesse parado neste ponto e não inserido mais mecânicas ou ideias, “Altheia: The Wrath of Aferi” já teria uma chance altíssima de se transformar em um jogo espetacular em um ano tão recheado de ótimas opções. Mas, foi aí que ela começou a mirar alto demais.

Puzzles são sempre bem elaborados e alternam entre “simples de resolver” e “dolorosamente complexos”

A partir da segunda metade do jogo, ele toma um formato linear inesperado. Missões e personagens secundários desaparecem em favor de ir ao ponto “A” e retornar ao ponto “B”. Áreas anteriores são revisitadas com pouco ou nenhum propósito, como se a desenvolvedora estivesse apavorada de que o que ela havia construído até então não fosse o suficiente.

É então que os problemas começam a empilhar, “Altheia: The Wrath of Aferi” sai de um ótimo jogo que intercala narrativa, ação e quebra-cabeças para um que se foca quase que primariamente em eliminar os inimigos. O arco narrativo principal continua firme e forte, mas o restante do jogo sucumbe ao peso imenso.

Os diálogos entre Lili e Sadi diminuem ao ponto de quase se tornarem desconhecidos novamente – surgindo apenas durante as cinemáticas mais importantes dos capítulos. Quase como que o restante dos elementos secundários de “Altheia: The Wrath of Aferi” ficaram apenas no “esboço”. Se isso não te der alguma indicação, a quantidade de bugs presentes certamente vai.

Portões que funcionavam em áreas anteriores magicamente não conseguem mais serem abertos – mesmo que eu tenha que utilizá-los para avançar na narrativa. Tive que reiniciar o jogo múltiplas vezes para que ele reconhecesse que eu estava no caminho certo. A IA dos inimigos, por um motive desconhecido, deixa de responder e até batalhas que, supostamente eram para ser intensas, viram pífias de fáceis.

Até mesmo o áudio, que embora não seja excepcional na maioria do tempo, tem a mixagem praticamente “destruída”. Áudio de elementos do cenário sobrepõem as falas dos personagens, o áudio que notifica a coleta de itens essenciais desaparece e até comprar itens de vendedores – o que não é o foco do jogo – vira uma gigantesca dor de cabeça por não notificar propriamente se o que eu comprei está no meu inventário.

Você não ouse machucar esses belos sapinhos

De início, pensei que o problema fosse o meu computador, e decidi testar em outros dois. Neles vi parte da interface do jogo simplesmente desaparecer, o mapa ficar invisível, a tela de configuração ficar em branco, e até me impedir de selecionar o meu monitor primário. O último ponto pode soar como “pouca coisa”, mas tendo em vista que muitas pessoas têm dois ou mais monitores, eu esperava que ao menos o jogo identificasse imediatamente qual é o monitor principal – como muitos jogos já fazem.

Eu não tenho como saber o que de fato aconteceu com a segunda metade de “Altheia: The Wrath of Aferi”, dizer que foi “dureza” seguir em frente com todos esses problemas pipocando à torto e a direito é a maneira mais gentil que posso colocar. Valeu a pena por ver o fim da história de Lili e Sadi? Sem a menor sombra de dúvidas, mas esse é o único ponto positivo.

Longe de dizer que você deve “descartar” “Altheia: The Wrath of Aferi”. Eu ainda o vejo como um projeto fascinante e que, como pontuei várias vezes, é um feito incrível de uma equipe tão pequena. Mas, se o seu interesse é ver a história de Lili e Sadi, recomendo – e muito – que você espere até que algumas atualizações sejam publicadas. Isto é, se elas de fato surgirem.

Eu estou com os dedos cruzados para que a MarsLit Games dê a volta por cima. Ele é um dos raros títulos que consegue “evoluir” da sua própria maneira uma fórmula que poderia ter sido muito bem seguida à risca. Mas, em muitos momentos, “menos é mais”, e “Altheia: The Wrath of Aferi” certamente se adequa a essa frase

Total - 5

5

Com uma ótima narrativa, personagens cativantes, combate competente e puzzles inteligentes “Altheia: The Wrath of Aferi” não esconde a suas inspirações, mas as usa para traçar a sua própria jornada. Uma jornada que, infelizmente tropeça feio da segunda metade para frente com uma série de bugs, problemas de áudio e visuais. A MarsLit Games mirou alto. Talvez alto demais.

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Tags: açãoAdventureAltheiaanálisecríticaReviewrpgWrath of Aferi
Lucas Moura

Lucas Moura

Após trabalhar em revistas e sites como EGW e BABOO, Lucas fundou o Hu3BR pela sua paixão em jogos de estratégia, indies e a interconexão entre sistemas e emoções humanas.

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