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Análise – Cloverpit

Lucas Moura por Lucas Moura
13 de outubro de 2025
em Uncategorized
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Cloverpit

Eu confesso que, desde que a indústria tomou o caminho de introduzir mecânicas de “jogos de azar” em games. Sejam elas lootboxes, gacha ou monetizações predatórias, eu sempre tive um grande medo de cair nesse papo. Seja por pressão social, por “FOMO” ou algo do tipo. Claro que, eu não sou um “santo” e vou falar que eu nunca gastei dinheiro em lootboxes, mas sempre tive o pulso firme nas minhas finanças e do meu futuro. Joguei a demo de “Cloverpit” (Steam) com trepidação. “Será que é esse o jogo que vai me destruir?”, pensei. Agora que com umas boas horas de jogo, a resposta é: não.

O projeto da Panik Arcade é uma bizarra fusão de um caça-níquel com elementos de roguelike. Não, ele não vai pedir o seu dinheiro a cada puxada da alavanca, tudo o que você precisa gastar – ao menos no que diz respeito a dinheiro real – é comprar o jogo. Isso não quer dizer que a premissa não seja assustadora, por mais motivos do que você imagina de início.

Como em Buckshot roulette de Mike Klubnika, “Cloverpit” te coloca em um jogo de vida ou morte. Puxe a alavanca e torça para que a sorte esteja do seu lado, pois você vai precisar de toda sorte possível. A cada etapa você tem um valor mínimo para atingir, e quanto mais etapa você realizar, maior vai ser esse valor. Se você não atinge, o chão se abre e te joga em um abismo.

O que está lá para te dar uma “mãozinha” na hora de colocar a sorte do seu lado vem na forma de amuletos vendidos em uma loja por troca de cupons — obtidos ao completar todas as rodadas na máquina ou por meio de outros amuletos. Os amuletos em si têm os mais variados atributos. Eles podem aumentar as chances de aparecerem símbolos específicos, o valor daquele símbolo ou simplesmente te dar dinheiro para que você complete a atual etapa da partida.

Cloverpit

Aqueles que completarem uma das etapas podem receber um telefonema de uma pessoa desconhecida e adicionar uma de três variantes para a sua máquina caça-níqueis. Essas variantes podem ser maior chance de símbolos, mais cupons por rodada. Sempre algum tipo de habilidade passiva.

Quando eu paro e reflito, “Cloverpit” era para ter tudo que me interessaria em um jogo do estilo. Pensei que ia me “viciar” nele tal como me “viciei” em “Balatro”. O contrário aconteceu. Quanto mais eu jogava, menos interesse eu tinha em continuar.

A primeira questão para mim está na máquina de caça-níqueis em si. Como falei acima, eu sempre tive um pulso bem firme nas minhas finanças, e o conceito de puxar uma alavanca em uma máquina caça-níqueis não me desce muito bem. Nem mesmo em um jogo.

O segundo ponto está relacionado ao próprio ato de “jogar” em si. Em títulos como “Balatro”, eu sentia que, embora o jogo tivesse um grau elevado de “aleatoriedade”, eu tinha agência. Sim, eu precisava atingir um valor específico para “derrotar um chefão”, mas eu tinha dezenas de modificadores e pequenos ajustes que podia fazer para garantir a minha vitória. Podia transformar as minhas cartas para cartas douradas, aumentar o multiplicador de pontos, até organizá-las de uma forma específica garantiria uma vitória.

Em “Cloverpit”? Minha única agência era puxar uma alavanca e torcer para que os amuletos me ajudassem. Eu avançava para a próxima etapa, atendia o telefone, melhorava as minhas chances, mas me sentia vazio por dentro. É uma sensação de que algo a mais deveria estar ali.

O que não ajuda em termos de jogabilidade é que a desenvolvedora Panik Arcade se preocupou um pouco demais em criar uma narrativa e atmosfera ao invés de estabelecer uma jogabilidade mais atraente. Indo no caminho contrário a jogos do estilo, “Cloverpit” possui múltiplos finais. Se você conseguir sobreviver a todas as etapas, estará livre da máquina de caça-níqueis infernal. Há outros finais que são desbloqueados assim que você atinge certos requisitos, mas prefiro mantê-los em segredo.

Se você quer um único bom motivo para continuar a jogar “Cloverpit” é ver todos os finais. A Panik Arcade mostrou uma coisa: que é muitíssimo criativa no que tange narrativa. Eu fui pego de surpresa com algumas reviravoltas e me fizeram apreciar o quanto a desenvolvedora conseguiu elaborar com uma premissa que, supostamente, é tão simples.

A primeira vez que iniciei o jogo após completar os finais foi “Tá, o que eu faço agora?”. Não havia mais “desafios”, muito menos objetivos ou algo tátil para fazer. Só eu, a máquina de caça-níqueis e a sua alavanca.

Cloverpit

Foi uma sensação estranha, ainda mais vindo de alguém que adora jogos no estilo “sandbox” onde eu posso criar a minha própria diversão. Mas, bem, eu não posso criar a minha própria diversão em “Cloverpit”, posso? Estou a mercê de um único objeto: o resultado da máquina de caça-níqueis. E, por mais que eu tenha tentado jogar mais algumas partidas, a resposta do meu corpo foi “Por que você está ‘perdendo’ tempo nisso, Lucas? Isso é chato”. Não é um sentimento que eu gosto de ter.

Assumo que as minhas expectativas altas demais, ou a própria Panik Arcade tentou vender “Cloverpit” como o próximo “Balatro”. Ele não é — e como pontuei antes — nem tem a habilidade de ser pela inerente natureza da falta de agência de uma máquina caça-níqueis em comparação com um jogo de cartas.

Não quero dizer que ele não seja uma boa forma de “passar o tempo”. Eu o compararia mais próximo a uma versão bastante condensada de “Inscryption” ou até o já citado “Buckshot Roulette”.

Entenda que ele não vai ser um jogo onde você vai investir centenas de horas, a não ser que você goste muito, mas muito mesmo ver números crescendo na tela. Para isso eu tenho outros jogos, mais envolventes, mais robustos em termos de jogabilidade e mais recompensadores.

Cloverpit

A minha única “lamentação” é que a Panik Arcade vai ficar mais conhecida por ele do que o fantástico “Yellow Taxi Goes Vroom”, um tremendo jogo de plataforma com mecânicas inusitadas que faz muito mais em termos de jogabilidade e “reimaginar um gênero” do que “Cloverpit”.

Eu não me arrependo de ter jogado “Cloverpit”, vi nele que a Panik Arcade cresceu em termos de narrativa. Ao mesmo tempo, senti um certo receio da desenvolvedora, um de “e se a máquina de caça-níqueis, o conceito não for o suficiente?”, uma trepidação que não é incomum na cena indie. Todos nós temos os nossos receios. E, quando ela redobrou os seus esforços em criar uma atmosfera, a resposta me parece ser “vou então atrair fãs de jogos de terror”.

Quem, afinal, é o “público” – termo que detesto, aliás – de “Cloverpit”? Não sei bem ao certo, mas sabe o que acontece quando você tenta agradar a todos? Você não agrada ninguém.

Cloverpit

Total - 7

7

O conceito de “Cloverpit” é relativamente simples: uma máquina de caça níqueis e uma meta em dinheiro. Tal simplicidade é a sua “maldição”. Não tarda para que ele fique repetitivo, e a Panik Arcade, embora tenha inserido uma narrativa com maestria, se preocupou demais em estabelecer uma atmosfera ao invés de tornar a jogabilidade mais robusta. Após ver todos os finais, há uma sensação de vazio, de que falta algo para o game brilhar.

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Tags: análisecríticaindieReview
Lucas Moura

Lucas Moura

Após trabalhar em revistas e sites como EGW e BABOO, Lucas fundou o Hu3BR pela sua paixão em jogos de estratégia, indies e a interconexão entre sistemas e emoções humanas.

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