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Análise – Ball X Pit

Lucas Moura por Lucas Moura
23 de outubro de 2025
em Análises, Slider
0

Ao contrário da maioria das pessoas, creio eu, eu não me dou muito bem com elementos de metaprogressão em roguelites. Eu sinto que muitas vezes é uma forma de “inchar” um jogo que muito bem poderia ser completado em questão de horas. É por essas e outras que eu não fui um grande fã de “Loop Hero”. Embora tenha jogado a demo de “Ball X Pit” (Steam / Xbox Series S e X / PlayStation 5 / Nintendo Switch), eu estava receoso do mesmo acontecer. Posso falar com tranquilidade que o projeto de Kenny Sun é uma gigantesca exceção.

A ideia de “Ball X Pit” é tremendamente simples e eficaz. Um quebra-blocos onde você controla personagens com diferentes atributos especiais e com níveis “temáticos” repletos de inimigos prontinhos para te dilacerar se você chegar perto deles, ou em certos casos, atacá-lo à distância com flechas, magias e o que eles tiverem a sua disposição.

Onde clássicos como “Arkanoid” — ou um favorito meu, “DX-Ball 2” — retém uma jogabilidade mais focada na sua habilidade de controlar a bola e direcioná-la para os blocos, “Ball X Pit” é sobre priorizar alvos e causar o máximo de dano possível.

Você não é, por exemplo, penalizado caso uma bola atinja a parte inferior da tela. Pelo contrário, algumas sinergias são voltadas justamente para fazer a bola quicar a maior quantidade de vezes possível. Mais sobre isso em breve. A derrota vem caso você tome dano e perca todos os pontos de vida.

No começo, “Ball X Pit” pega bem leve. As primeiras três áreas introduzem os principais elementos do jogo, como diferentes tipos de unidades, os pontos de vida delas – representados pela quantidade de quadrados ou retângulos – unidades avançadas, os mini-chefes e o chefão final estão presentes em cada mapa. Todos acompanhados de uma trilha sonora tão gostosa que me fez balançar a cabeça no ritmo.

Ball X Pit
As runs de “Ball X Pit” começam tranquilas, nem parece que o jogo é difícil.

Eu me senti invencível, demorei um tiquinho para pegar o jeito, mas quando peguei, ninguém me parava. Destruía filas de blocos como se fossem feitos de areia. Os chefões derretiam na minha frente — um deles sequer chegou a me atacar.

À medida que avançava nos três mapas iniciais, liberava novos personagens –cada um com atributos específicos, novas bolas e alguma habilidade que o tornava único. Do guerreiro com sua bola que aplicava “stacks” de sangramento a uma dupla que dispara bolas duplas. “Eu achei que ‘Ball X Pit seria mais difícil”, pensei, antes de clicar para começar o quarto mapa. E foi então que tudo desmoronou.

O quarto mapa de “Ball X Pit” é onde Kenny Sun fala: “Ok, você já aprendeu o básico, certo? Então é aqui que começa o jogo de verdade”. Fui apresentado a novos inimigos, com a clara inspiração de fungos que adoravam desacelerar meu personagem, envenená-lo, causar dano em área, tudo que for possível para tornar a minha vida um inferno. Durei menos de 30 segundos no mapa com um dos meus personagens mais fortes. Como sobreviver mais do que isso? Há algumas formas: metaprogressão, evolução de personagem, e habilidade.

Indo no caminho inverso, “Ball X Pit” não coloca a metaprogressão em primeiro lugar, mas como um componente de auxílio, um empurrãozinho caso sinta que precisa. Ela surge na forma do gerenciamento de uma cidade, quase como um minigame separado de quebrar blocos.

Você utiliza dinheiro para criar campos de trigo, florestas e pedreiras. Esses materiais são usados para construir os mais diferentes tipos de construções. Algumas melhoram os atributos de certos personagens, liberam novos personagens ou aumentam a potência das bolas iniciais que eles possuem.

Ball X Pit
Mas alguns chefões e as fases mais avançadas garantem que isso não se torne uma realidade.

A obtenção de materiais e a construção dos edifícios é realizada via um sistema onde você dispara bolas, e quanto mais elas quicarem nas áreas com matéria-prima ou edificações, mais rápido você vai obter materiais ou construir os edifícios.

Esse sistema me agrada extremamente por me fazer sentir como um participante ativo da progressão do jogo. Eu não estou “apenas” colocando uma construção, mas sim ajudando a construí-la com o meu esforço, usando mecânicas similares às que uso durante as runs – bolas e blocos, de certa forma. É como se fosse um “modo” diferente do jogo, no qual, ao invés de evoluir numa run, estou desbloqueando personagens e itens que vão ajudar na outra “parte” do jogo.

“Tá, mas se eu detestar essa etapa?”. Caro leitor, eu posso te dizer com muita tranquilidade que você não vai se sentir frustrado ou impedido de progredir no mapa.

Eu mesmo, dado o meu absoluto desgosto por sistemas de metaprogressão, o utilizei em grande parte para liberar novos personagens até alcançar mais da metade dos mapas de “Ball X Pit”. O que importa – acima de tudo – na hora da run é entender como as sinergias funcionam.

“Ball X Pit” é, com folga, o jogo com a combinação mais bizarra de itens que eu vi desde “Vampire Survivors”. De bolas que causam explosões com dano em área, lasers que atiram verticalmente ou horizontalmente, e bolas fantasmas que atravessam todos os inimigos-blocos. A variedade é assustadora; eu descobria uma nova combinação em cada run e dava risada com a genialidade dela.

Sistema de metaprogressão serve como um auxílio, e não necessariamente o “grosso” do jogo.

Por não ter interagido muito com o sistema de metaprogressão até metade do jogo, eu tornei “Ball X Pit” muito mais difícil para mim. Ao invés de ter edificações que, por exemplo, aumentavam os pontos de vida do meu personagem, eu fiquei à mercê do deus do RNG para vencer uma run. Sinceramente? Eu me diverti muito mais assim.

Nada é mais gratificante do que tentar a sorte em uma run e ver que a bola que você precisava para criar aquela combinação ou evolução veio no momento certo, e, ao obtê-la, finalmente consegui obliterar uma coluna inteira de inimigos. Como disse, as combinações são absurdas e muito inteligentes.

Ouso dizer que, se fosse em outro jogo, elas seriam cortadas por serem “desbalanceadas demais”, mas “Ball X Pit” adora quebrar as próprias “regras”. Ele quer que você encontre no meio de centenas de combinações aquela que vai te dar uma vantagem tão grande, que vai parecer fazer o restante da run parecer “fácil”. Até você bater em outra parede invisível e repensar as suas táticas.

Tenso e prestes a perder a run? Impressão sua…

Como as minhas partidas foram pouco ortodoxas em relação a metaprogressão, precisei pensar em como posicionar o meu personagem para que ele tomasse o mínimo de dano enquanto tentava me esquivar de dezenas de projéteis, um mini shmup no estilo “bullet hell”, diga-se de passagem. Os 15 minutos – tempo total de cada partida de “Ball X Pit” – às vezes pareciam que demoravam décadas. Não que eu tenha jogado “apenas” 15 minutos por vez; a minha sessão mais “curta” durou três horas quase que ininterruptas.

A intencionalidade de que ele seja “viciante” é mais do que clara. Kenny Sun embala todos os principais elementos que dão o mais puro reforço positivo em um pacote atraente. Um conceito que não é novo na indústria, mas que tem ganhado cada vez mais força nos últimos anos. Vide o já citado “Vampire Survivors”, “Balatro” e o recente “Cloverpit” — ainda que eu tenha detestado este último pela sua falta de agência. Com a exceção de “Balatro”, eu vejo que “Ball X Pit” é o que mais “respeita” o seu tempo.

O importante é entender as sinergias entre as bolas e transformar cada partida em um show de luzes. Que os deuses do RNG te ajudem nessa empreitada.

Acho importante pontuar a essência de “Ball X Pit”, ainda mais atualmente, pois no fim do dia você ainda vai jogar um jogo no qual o principal objetivo é “faça o número ficar mais alto”. Isso não é uma crítica ao que Kenny Sun produziu, apenas uma constatação.

Mais do que isso, “Ball X Pit” tem começo, meio e fim. Uma hora os mapas vão acabar, os modos vão acabar e os personagens disponíveis vão estar todos liberados. Não haverá mais o que fazer no jogo. Não há um modo “infinito” – ao menos não por ora — apenas modificadores de velocidade de run que a deixam mais difícil ainda e talvez melhorias adicionais na sua base.

E eu respeito muito a decisão de Kenny Sun por não transformar o jogo em um buraco sem fundo numa era em que a maioria das desenvolvedoras e editoras querem isso mais do que tudo.

Para a maioria, não para mim. “Ball X Pit” conta com a minha “maldição”, tabelas de liderança. Eu sei o quão difícil é me desprender delas, e ver minha colocação subir quando eu desbloqueio uma nova estratégia, sou abençoado pelo RNG, ou encontro o personagem perfeito para um novo mapa. Ah, sensação igual não tem.

Quando eu penso nas partidas que eu já fiz em “Ball X Pit”, me recordo de quanto tempo eu investi em “Nex Machina” da Housemarque – hoje em dia mais ocupada em fazer roguelites como “Returnal” e “Soros”. Não que eles sejam ruins, mas sinto falta do jeitão “arcade” da desenvolvedora.

Fico feliz em ver que desenvolvedores como Kenny Sun e tantos outros estão mais do que preparados para seguir em frente, evoluindo ou trazendo novas ideias para jogos arcade clássicos. E eu irei acompanhar muito de perto todos eles.

Ball X Pit

Total - 10

10

“Ball X Pit” entra para o hall de “jogos essenciais de 2025”, para fãs de roguelite ou games com uma pegada mais “arcade”. Kenny Sun entende como utilizar metaprogressão como uma ferramenta auxiliar, cria fantásticas sinergias entre bolas “malucas”, e entende que todo jogo precisa ter um “fim”. Prepare-se para ver o dia (ou a noite) passar em um piscar de olhos. E, se você for um fã de tabela de lideranças, te vejo nelas.

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Tags: açãoanáliseball x pitcríticadevolverReviewroguelite
Lucas Moura

Lucas Moura

Após trabalhar em revistas e sites como EGW e BABOO, Lucas fundou o Hu3BR pela sua paixão em jogos de estratégia, indies e a interconexão entre sistemas e emoções humanas.

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