• Notícias
  • Análises
  • Primeiras impressões
  • Artigos
  • Assine a nossa Newsletter!
  • Apoie-nos!
  • Contato
terça-feira, julho 1, 2025
Hu3br
Sem resultados
Ver todos os resultados
Sem resultados
Ver todos os resultados
Hu3br
Sem resultados
Ver todos os resultados

Análise – This is the Police

Lucas Moura por Lucas Moura
2 de agosto de 2016
em Análises, Slider
0

Você arregaça as mangas e se prepara para mais um dia de trabalho. Mais um dia de ter de lidar com policiais corruptos, com um prefeito que quer a sua pele, com a máfia que quer a sua cabeça. Ser um chefe de polícia em This is the Police é um trabalho árduo e traz interessantes questões sobre o trabalho e os problemas sociais envolvidos nele. Ele está disponível no Steam por R$ 27,99.

This is the Police é um jogo de narrativa em primeiro lugar com alguns toques de gerenciamento. O jogador assume o papel de Jack Boyd, um chefe de polícia prestes a se aposentar, nos seus últimos 180 dias de trabalho. “180 dias de paz, é tudo isso que peço”, diz o prefeito nos primeiros minutos de jogo.

O dia a dia de Boyd é basicamente gerenciar a força tarefa da polícia para responder a inúmeras denúncias, que vão de brigas, assaltos a mão armada ou situações de reféns. Faz isso de uma maneira um tanto quanto peculiar, ou talvez vaga seria a melhor maneira para se descrever.

A tarefa é basicamente sentar na frente de uma maquete de uma cidade, ver denúncias aparecerem e arrastar seus policias (ou equipes da Swat) para lidar com o problema. O que não seria nada de ruim, se não fosse demasiadamente chato. Os policiais não têm um traço de personalidade, nomes e faces sem motivo, apenas para não colocarem absolutamente nada no lugar.

O loop de gameplay é o mesmo do primeiro minuto de jogo em frente. Clique em uma ocorrência, escolha o melhor policial para o caso, aguarde eles chegarem no local e acompanhe o resultado. Existem investigações de assassinatos e tentativas de desestabilizar quadrilhas, todas que seguem o mesmo propósito com uma ou outra notificação que pode “impactar” o resultado. Por exemplo, uma tentativa de assalto pode resultar na fuga do suspeito caso os policiais não tenham experiência suficiente. Quando que estas decisões me abalam? Nunca.

This is the Police

A minha motivação para prosseguir nesta parte, que por acaso é basicamente o que você faz no jogo todo, era para ver a próxima sequência de acontecimentos com Boyd. Guiado pelos “antigos valores”, Boyd é aos olhos de 2016 um personagem desprezível, um que acha que toda mulher quer ganhar a vida como prostituta, que sua mulher o abandonou com um amante mais novo e agora a deseja de volta como se fosse um prêmio. É difícil se identificar com ele e o jogo deixa claro que a proposta não é de identificação, apenas da passagem de uma história.

Nesta dificuldade de identificação que o jogo se perde, não há identificação com Boyd, mas como as suas ações afetam apenas ele e as pessoas ao seu redor. Em pontos específicos da história tive de tomar decisões mais sérias, que para os padrões atuais, são quase alarmantes — como responder um protesto de feministas com violência. Caso fizesse, teria a aprovação do prefeito, caso não, resultaria em penalidade a minha força tarefa. Porém, isto nunca afeta a posição da população em relação a polícia.

No dia seguinte ao protesto, o qual eu me neguei a enviar um esquadrão, o prefeito cortou parte da verba que tinha disponível, o que já não era muita. A quantidade de crimes que podia atender reduzia, mas a população ficou em grande maioria indiferente a isto. Os crimes continuavam a ser relatados e por mais que eu respondesse com força bruta a protestos de minorias — algo que eu não apoio na vida real — a população ficava indiferente. O prefeito, no entanto, ficava contente.

Isto é, quando a máfia não se envolvia em alguns dos problemas. A máfia é o “desafio” de Boyd nesta jornada toda. Juntar um dinheiro, obviamente ilegal, para sua aposentadoria e se manter vivo. Não ajudar a máfia resulta em um término trágico para Boyd, enquanto ajuda-la, bem… não causa em nenhuma penalidade.

Você vive em um pequeno mundo onde a esfera de influência está apenas entre você, o prefeito e a máfia. Onde, no mundo real não é bem assim. O ecossistema de This is The Police é pequeno demais ao ponto de parecer ser uma sátira do mundo real.

Eu não culpo a Weappy Studio por evitar ao máximo fazer um posicionamento sobre os assuntos discutidos em 2016. Entretanto, o evitar já é um posicionamento. “Não temos nada a ver com isso, então toma um jogo que se passa em uma cidade fictícia onde problemas vividos na polícia são descritos, mas não queremos assunto, ok? ”, é assim que leio This is The Police.

This is the Police

Boyd se constrói como um policial bom e ruim, que é feito de idiotas por todos a sua volta, pois o jogo não te dá grande variedade de escolhas. Siga o caminho da corrupção ou siga o caminho da corrupção. Ao mesmo tempo que ele te empurra a isto, ele nunca define um bom argumento para você agir assim a não ser “falhar” na missão de conseguir o dinheiro, de ter boa uma relação com o prefeito ou com a máfia.

Em um jogo sobre “escolhas”, o que menos importa é a do jogador, mas aquela que o jogo decide. É frustrante, pois eu quero tomar decisões melhores que a de Boyd e me sinto com as duas mãos atadas. Por isso a visão satírica da coisa, problemas no mundo real são bem maiores do que o mundinho de Boyd.

Você pode argumentar que o problema com a forma que a polícia trata os cidadãos, principalmente minorias, algo muito maior do que o que é apresentado em This is the Police e eu acredito nisto. Apontar para uma coisa e falar “aqui está a raiz do problema” não exatamente a melhor solução, assim como This is The Police me mostrar um caso, me dar duas opções e falar que estas são a causa do problema fazem com que eu tenha a mesma sensação.

Satírico ou não, inspirado por acontecimentos reais ou não, a Weappy Studios tentou trazer de alguma maneira bizarra o cotidiano de uma força policial. Falhou seriamente? Falhou, mas ao menos tentou. Nisto, ao menos ganha o meu respeito.

This is the Police

Total - 5

5

Uma história fraca mesclada com um sistema de escolhas que causam pouco impacto a não ser a personagens importantes para a trama e mecânicas de gerenciamento que são entediantes. This is the Police tenta criar uma ambientação, mas nunca acerta o ponto. A história de Boyd pode ser interessante para alguns, difícil mesmo é engolir o resto.

Compartilhe isso:

  • Bluesky
  • Mastodon
  • Facebook
  • Twitter
  • Threads
Tags: aventuragerenciamentonarrativaThis is the Police
Lucas Moura

Lucas Moura

Após trabalhar em revistas e sites como EGW e BABOO, Lucas fundou o Hu3BR pela sua paixão em jogos de estratégia, indies e a interconexão entre sistemas e emoções humanas.

Sobre nós

Sejam indies, simuladores, títulos de estratégia, RPGs ou rogue-likes,  buscamos mostrar a variedade e a versatilidade que existe em games para PC. Entre em contato conosco pelo lucas@hu3br.com

Assine a nossa newsletter!

  • Apoie-nos!
  • Assine a nossa Newsletter!
  • Contato
  • Página Inicial
  • Posts

Sejam indies, simuladores, títulos de estratégia, RPGs ou rogue-likes, buscamos mostrar a variedade e a versatilidade que existe em games para PC. Entre em contato conosco pelo lucas@hu3br.com

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
Sem resultados
Ver todos os resultados
  • Notícias
  • Análises
  • Primeiras impressões
  • Artigos
  • Assine a nossa Newsletter!
  • Apoie-nos!
  • Contato

Sejam indies, simuladores, títulos de estratégia, RPGs ou rogue-likes, buscamos mostrar a variedade e a versatilidade que existe em games para PC. Entre em contato conosco pelo lucas@hu3br.com